domingo, 4 de setembro de 2011

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL - CELSO FURTADO


CELSO FURTADO (1920-2004)

  • ·         Bacharel em Direito (1944)
  • ·         Foi convocado pela FEB e serviu na Itália
  • ·         Doutor em Economia pela Sorbonne
  • ·         Presidiu a elaboração do plano de metas de JK
  • ·         Ministro do Planejamento do Governo João Goulart (1962)
  • ·         Ministro da Cultura do Governo Sarney
  • ·         Principal teórico do subdesenvolvimento no Brasil
  • ·         Utiliza o raciocínio estruturalista e o método histórico
o   consideram o subdesenvolvimento como uma forma de organização social no interior do sistema capitalista contrário à idéia de que seja uma etapa para o desenvolvimento, como podem sugerir os termos de país "emergente" e "em desenvolvimento".
  • ·         O subdesenvolvimento brasileiro
  • ·         Os países subdesenvolvidos tiveram, segundo Furtado, um processo de industrialização indireto, ou seja, como conseqüência do desenvolvimento dos países industrializados.
  • ·         Este processo histórico específico do Brasil criou uma industrialização dependente dos países já desenvolvidos e, portanto, não poderia jamais ser superado sem uma forte intervenção estatal que redirecionasse o excedente, até então usado para as classes altas, para o setor produtivo.
  • ·         Note-se que isto não significava uma transformação do sistema produtivo por completo, mas um redirecionamento da política econômica e social do país que levasse em conta o verdadeiro desenvolvimento social.
  • ·         “o desenvolvimento do século XX vem provocando uma concentração crescente da renda mundial”, com “uma ampliação progressiva do fosso entre as regiões ricas e os países subdesenvolvidos”; “o subdesenvolvimento é a manifestação de complexas relações de dominação-dependência entre povos, [tendendo] a autoperpetuar-se sob formas cambiantes”; tudo isso requerendo “a tomada de consciência da dimensão política da situação de subdesenvolvimento”, com a formação de “centros nacionais de decisão válidos”.
  • ·         Tentativa de superação linear, “etapista” do desenvolvimento, leva a um mimetismo (imitação) cultural das elites com relação aos países “subdesenvolvidos”, gerando concentração de renda.
  • ·         o subdesenvolvimento constituiria uma projeção em miniatura, nos países periféricos, de sistemas industriais de países do centro. Este traço, com a dimensão cultural da cópia de modelos de consumo, produziria uma situação de convivência de formas heterogêneas de vida, com, de um lado, grupos sociais afluentes (onde a cópia dos novos modelos de consumo se efetiva) e, de outro, grupos sociais submetidos a níveis mínimos de subsistência, excluídos do consumo moderno.
  • ·         Devemos nos empenhar para que essa seja a tarefa maior dentre as que preocuparão os homens no correr do próximo século: estabelecer novas prioridades para a ação política em função de uma nova concepção do desenvolvimento, posto ao alcance de todos os povos e capaz de preservar o equilíbrio ecológico. O espantalho do subdesenvolvimento deve ser neutralizado. O principal objetivo da ação deixaria de ser a reprodução dos padrões de consumo das minorias abastadas para ser a satisfação das necessidades fundamentais do conjunto da população e a educação concebida como desenvolvimento das potencialidades humanas nos planos ético, estético e da ação solidária.
  • ·         Em comum com Prado Jr., a preocupação de Furtado com a economia, o relevo que atribui ao passado colonial e o fato de estar implícito nas suas obras teóricas um programa político. Os dois são autores que chamam a atenção sobretudo para a ligação, desde a colônia, entre a economia brasileira e a economia mundial.

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