ENCONTROS
NA AMÉRICA: Da conquista a colonização.
1. Foi, portanto como (...) prêmio de vitória
que foram dados os índios aos espanhóis (...). Como, depois de ganho o Novo
Mundo, ficasse tão distante do Rei, não podia de modo algum mantê-lo em seu
poder se os mesmos que o tinham descoberto e conquistado não o guardassem (...)
acostumando os índios às nossas leis (...) Segue-se que tratemos do serviço
pessoal dos índios, no qual se compreende toda a utilidade que pode obter o
encomendadero do trabalho do índio.
Este texto foi escrito pelo cronista José da
Costa, no século XVI. Para entendê-lo, é importante considerar que, na
sociedade colonial hispano-americana, no período da conquista da América, os
índios
a) tinham uma posição social semelhante aos
guachupines, que eram brancos pobres trazidos da Europa para trabalhar na
lavoura, com direito também de exercer ofícios artesanais.
b) eram considerados como simples instrumentos
de trabalho e podiam ser comprados, vendidos e doados, sendo utilizados na
agricultura, nas minas, no transporte de mercadorias e nos serviços domésticos.
c) permaneceram no regime de trabalho
existente antes entre os incas, chamado de cuatequil, no qual eram submetidos a
uma servidão na agricultura, com fixação na terra e na comunidade originária.
d) foram utilizados como mão-de-obra
a partir da encomienda e da mita, sendo que no primeiro caso eram confiados a
um espanhol a quem pagavam tributo sob a forma de prestação de serviço.
e) transformaram-se em súditos do rei da
Espanha e deviam pagar a ele tributos, através da entrega periódica de metais
preciosos e da prestação de serviços em terras comunais, inclusive mulheres e
crianças.
2. Os processos de exploração do Novo Mundo
por Portugal e pela Espanha tiveram diferentes motivações e atenderam às
necessidades e interesses específicos dos países envolvidos. Comparando a
atuação dos portugueses e dos espanhóis na América, considere as seguintes
afirmativas:
I. Nos primeiros trinta anos da descoberta do
Brasil, o interesse português se concentrou no litoral, porque ali havia ouro
em abundância.
II. No México e no Peru, onde os espanhóis
encontraram uma grande concentração populacional, a exploração da mão-de-obra
indígena se deu pelo aproveitamento da estrutura vigente, ou seja, a imposição
de trabalho forçado e a cobrança de tributos.
III. Na América espanhola e no Brasil,
missionários e colonos atuaram em conjunto na escravização dos índios.
IV. Os efeitos da Contra-Reforma se fizeram
sentir na América espanhola por meio da atuação do Tribunal da Inquisição, que
perseguia os cristãos acusados de práticas judaicas ou práticas religiosas de
origem indígena.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são
verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, II e IV são
verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e II são
verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II e III são
verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II e IV
são verdadeiras.
3. "A
conquista espanhola, em todas as regiões onde se viu coroada de êxito, conduziu
a um processo de crise geral das culturas submetidas. Em certas situações, como
no caso Arawak das Antilhas, levou ao completo desaparecimento físico da
população conquistada. Noutros casos, como no México ou no Peru, ainda que não
tenha eliminado totalmente a população indígena, provocou alterações e
deformações profundas na cultura e no modo de vida dos povos conquistados.
(VAINFAS,
R. "Economia e sociedade na América espanhola". Rio de Janeiro:
Graal, 1984. p. 40.)
De acordo com o texto e com os conhecimentos
sobre o tema é correto afirmar:
a) A historiografia hispano-americana explica
que a baixa populacional indígena está diretamente vinculada à prática do
homicídio entre os nativos, quando estes perceberam que seriam obrigados a
adotar o cristianismo como religião única. A baixa demográfica, desse modo,
está relacionada a uma falta do conhecimento dos preceitos da Fé Cristã, que
condena o atentado contra a própria vida.
b) Vírus e bactérias até então desconhecidos
pelos nativos foram responsáveis pela baixa populacional indígena. Sem
imunidade para várias doenças como sarampo, gripe, asma, tuberculose e sífilis,
a população nativa adoecia morria rapidamente. A Coroa espanhola procurou
enviar médicos para as colônias mas, como as viagens por mar eram muito
demoradas, a população não conseguiu resistir.
c) A crise das culturas indígenas
americanas deu-se em função das diversas alterações empreendidas pelos europeus
nas colônias: instalação de uma economia mercantil que redefiniu o ritmo e a intensidade do
trabalho; modificação dos cultivos que fez com que mudasse a dieta dos nativos;
deslocamento de aldeias causando distúrbios ecológicos e culturais; atitudes de
autodestruição ao verem ruir seus costumes; epidemias e falta de imunidade,
entre outros.
d) As mulheres indígenas adotaram, em massa,
práticas abortivas, impedindo a perpetuação das diversas culturas nativas e
forçando os europeus a importarem da África a mão-de-obra escrava necessária. A
baixa demográfica, desse modo, pode ser explicada pela vinda de africanos para
a América e a intensa miscigenação iniciada nesse momento.
e) A superioridade armamentista dos espanhóis
foi responsável pela dizimação da maior parte da população indígena, pois, ao
depararem-se com armas superiores, os nativos não tinham como se defender.
Embora existisse o comércio informal de armas - contrabando - os indígenas não
conseguiam comprá-las e assim continuavam em desvantagem utilizando arcos e
flechas com pontas envenenadas.
4. Leia o texto a seguir:
"[...]
Aqueles que deixaram a Espanha para converter os índios viram-se incumbidos de
uma missão de especial importância no esquema divino da história, pois a
conversão do Novo Mundo era um prelúdio necessário para seu término e para a
segunda vinda de Cristo. Acreditavam também que, entre esses povos inocentes da
América ainda não contaminados pelos vícios da Europa, poderiam construir uma
Igreja que se aproximasse da de Cristo e os primeiros apóstolos. Os primeiros
estágios da missão americana, com o batismo em massa de centenas de milhares de
índios, pareciam garantir o triunfo desse movimento em prol de um retorno ao
cristianismo primitivo que havia tão repetidamente sido frustrado na Europa.
[...] No entanto, embora o índice de conversão fosse espetacular, sua qualidade
deixava muito a desejar. Havia sinais alarmantes de que os índios que haviam
adotado a fé com aparente entusiasmo ainda veneravam seus velhos ídolos em
segredo. Os missionários também se chocaram contra muralhas de resistência nos
pontos em que suas tentativas de incutir os ensinamentos morais do cristianismo
conflitavam com padrões de comportamento estabelecidos havia muito tempo. Não
era fácil, por exemplo, inculcar as virtudes da monogamia a uma sociedade que
via as mulheres como servas e o acúmulo de mulheres como fonte de riqueza.
(ELLIOT,
J. H. "A conquista espanhola e a colonização da América". In:
BETHELL, L. (org.). História da América Latina: América Latina Colonial I. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998, v. 1 p. 185-186.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
colonização das Américas portuguesa e espanhola, é correto afirmar:
a) As ordens religiosas que no novo mundo se
instalaram utilizaram-se do ouro existente em abundância e do trabalho indígena
para conquistá-los para a fé cristã, prometendo-lhes defender suas terras,
espaço de sobrevivência terrena, e o reino dos céus, lugar do descanso após a
morte.
b) A primeira geração de missionários percebeu
que os índios não conseguiam compreender a diferença entre adoração a uma
imagem e o conteúdo religioso que ela representava. Para solucionar esse
problema, algumas imagens de deuses indígenas foram inseridas nas igrejas
católicas construídas nas colônias.
c) Quando os missionários das diversas ordens
religiosas perceberam que os indígenas eram desobedientes e necessitavam de
cuidado especial, propuseram à Coroa espanhola que estimulasse o casamento
misto como forma de forçar a adoção - por parte dos nativos - da Fé Cristã.
d) As comunidades indígenas existentes nas
Américas portuguesa e espanhola, juntamente com os missionários, investiram no
cultivo da terra e exportação de produtos manufaturados para a Europa.
e) A Espanha, baluarte do
catolicismo, investiu na conquista religiosa dos nativos acreditando, a
princípio, que os indígenas, por não conhecerem nem terem tido contato com os
defeitos morais e maus hábitos existentes no
velho mundo, fossem mais propensos à conversão para a Fé Católica.
5. Leia o texto.
Colombo
fala dos homens que vê unicamente porque estes, afinal, também fazem parte da
paisagem. Suas menções aos habitantes das ilhas aparecem sempre no meio de
anotações sobre a Natureza, em algum lugar entre os pássaros e as árvores.
(TODOROV, Tzvetan. "A
conquista da América: a questão do outro". São Paulo: Martins Fontes,
1993. p. 33.)
A passagem acima ressalta que a atitude de
Colombo decorre de seu olhar em relação ao outro. Essa posição, expressa nas
crônicas da Conquista, pode ser traduzida pela
a) interpretação positiva do outro,
associando-a à preservação da Natureza.
b) identificação com o outro, possibilitando uma
atitude de reconhecimento e inclusão.
c) universalização dos valores
ocidentais, hierarquizando as formas de relação com o outro.
d) compreensão do universo de significações do
outro, permitindo suas manifestações religiosas.
e) desnaturalização da cultura do outro,
valorizando seu código lingüístico.
6. "Podemos dar conta boa e certa que em
quarenta anos, pela tirania e ações diabólicas dos espanhóis, morreram
injustamente mais de doze milhões de pessoas..."
Bartolomé
de Las Casas, 1474 - 1566.
"A espada, a cruz e a fome iam dizimando
a família selvagem."
Pablo
Neruda, 1904 - 1973.
As duas frases lidas colocam como causa da
dizimação das populações indígenas a ação violenta dos espanhóis durante a
Conquista da América. Pesquisas históricas recentes apontam outra causa, além
da já indicada, que foi
a) a incapacidade das populações indígenas em
se adaptarem aos padrões culturais do colonizador.
b) o conflito entre populações indígenas
rivais, estimulado pelos colonizadores.
c) a passividade completa das populações
indígenas, decorrente de suas crenças religiosas.
d) a ausência de técnicas agrícolas por parte
das populações indígenas, diante de novos problemas ambientais.
e) a série de doenças trazidas pelos
espanhóis (varíola, tifo e gripe), para as quais as populações indígenas não
possuíam anticorpos.
7. "O que podia acontecer a estes
bárbaros mais conveniente ou mais saudável do que serem submetidos ao domínio
daqueles cuja prudência, virtude e religião os converterão de bárbaros, tais
que mal mereciam o nome de seres humanos, em homens civilizados o quanto podem
ser, de facinorosos em probos, de ímpios e servos do demônio em cristãos e
cultores da verdadeira religião? [...] E se recusarem o nosso domínio poderão
ser coagidos pelas armas a aceitá-lo, e esta guerra será, como acima declaramos
com autoridade de grandes filósofos e teólogos, justa pela lei da natureza,
muito mais ainda do que a que fizeram os romanos para submeter a seu império
todas as demais nações, assim como é melhor e mais certa a religião cristã do
que a antiga dos romanos, sendo maior o que em engenho, prudência, humanidade,
fortaleza de alma e de corpo e toda virtude os espanhóis fazem a estes
homúnculos do que os antigos romanos faziam às outras nações."
(As
justas causas de guerra contra os índios, segundo o tratado de Demócrates
Alter, de Juan Ginés de Sepúlveda. In: SUESS, Paul (coord.). "A conquista
espiritual da América Espanhola". Petrópolis: Vozes, 1992, p. 534-535.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
conquista da América, é correto afirmar que Juan Ginés de Sepúlveda:
a) ficou ao lado de Bartolomé de Las Casas na
defesa dos índios da América, adotando uma posição fundada na teoria da
desigualdade natural dos homens, que afirmava ser injusto os povos superiores
escravizarem os inferiores.
b) criticou o expansionismo espanhol na
América com base na teologia cristã, que afirmava ser a escravidão um pequeno
preço a pagar diante os benefícios da inserção do indígena na civilização
européia e, portanto, na comunidade cristã.
c) traçou as diretrizes gerais do Estado
espanhol em relação à política indigenista na América, na medida em que
defendia a idéia de que caberia à igreja Católica, sob a supervisão da Coroa,
promover a conversão dos conquistados para a religião cristã.
d) defendeu a tese de que a Coroa Espanhola
deveria estabelecer uma política centralizada em relação à conversão dos
indígenas americanos, pois ficou incomodado com as narrativas das atrocidades
cometidas pelos conquistadores espanhóis em relação aos incas e astecas.
e) foi um representante do
renascimento ibérico, na medida em que combina em seu pensamento elementos da
teologia cristã e da filosofia da antiguidade greco-romana, dentre eles a idéia
de guerra justa, justificando assim o domínio espanhol na América.
8.
" 'Naquele tempo, não havia doenças, nem
febres, nem doenças dos ossos ou de cabeça (...). Naquele tempo, tudo estava em
ordem. Os estrangeiros mudaram tudo quando chegaram.' De fato, por mais
saudosismo que possa expressar esse lamento, parece mesmo que as doenças do
Velho Mundo foram mais freqüentemente mortais nas Américas do que na Europa. O
missionário alemão chegou inclusive a escrever no finalzinho do século XVIII
que 'os índios morrem tão facilmente que só a visão ou o cheiro de um espanhol
os fazem passar deste para outro mundo'. Umas quinze epidemias dizimaram a
população do México e do Peru."
FERRO,
Marc. "História das colonizações - das conquistas às independências -
séculos XIII a XIX". São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
Os documentos denunciam as doenças provocadas
pelos agentes do
a) Colonialismo espanhol que
dizimaram populações nativas na América, na Idade Moderna.
b) Colonialismo português em suas possessões,
entre os séculos XVI e XVIII.
c) Imperialismo ibérico e dos Países Baixos
exterminando as populações incas, maias e astecas, na Idade Contemporânea.
d) Mercantilismo europeu nas colônias
anglosaxônicas, desde o final da Idade Média.
e) Colonialismo lusitano no México e no Peru,
a partir do século XVI.
AGORA É COM VOCÊ
1. Organizada com base na exploração
estabelecida pelo mercantilismo metropolitano espanhol, a sociedade colonial
apresentava, no topo da escala hierárquica,
a) os criollos, grandes proprietários e
comerciantes que, por constituírem a elite colonial, participavam das câmaras
municipais.
b) os chapetones, que ocupavam altos
postos militares e civis.
c) os calpulletes, que ocupavam altos cargos
administrativos dos chamados ayuntamientos.
d) os mestiços, que, por serem filhos de
espanhóis, podiam estar à frente dos cargos político-administrativos.
e) os curacas, donos de grande quantidade de
terra, que administravam os cabildos.
2. A conquista sangüinária da América
espanhola é dominada por [uma] paixão frenética. Rio da Prata, Rio do Ouro,
Castela do Ouro, Costa Rica, assim se batizavam as terras que os conquistadores
desvendavam ao mundo...
(Paulo
Prado. "Retrato do Brasil". 1928.)
A "paixão frenética" da conquista da
América a que se refere o autor está relacionada
a) à irracionalidade da expansão comercial e
marítima européia, realizada sem conhecimentos tecnológicos adequados.
b) às condições de crise econômica das
populações nativas dominadas pelo império dos astecas e dos incas.
c) à ação da burguesia espanhola que agiu
isoladamente, dado o desinteresse do governo espanhol pelos territórios
americanos.
d) ao acordo entre banqueiros e sábios
europeus para ampliar o conhecimento científico e facilitar a exploração
econômica da região.
e) ao esforço de solucionar a crise
da economia européia motivada pela escassez do meio circulante.
3. Leia o texto a seguir:
"A causa pela qual os espanhóis
destruíram tal infinidade de almas foi unicamente não terem outra finalidade
última senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo, subindo de um salto a
posições que absolutamente não convinham a suas pessoas; enfim, não foi senão
sua avareza que causou a perda desses povos, que por serem tão dóceis e tão
benignos foram tão fáceis de subjugar; e quando os índios acreditaram encontrar
algum acolhimento favorável entre esses bárbaros, viram-se tratados pior que
animais e como se fossem menos ainda que o excremento das ruas; e assim
morreram, sem Fé e sem Sacramentos, tantos milhões de pessoas.[...]."
Fonte:
LAS CASAS, B. de. "O paraíso destruído". Tradução de Heraldo Barbuy.
Porto Alegre: L & PM, 1985. p. 30.
Com base no texto, é correto afirmar:
a) Bartolomé de Las Casas voltou-se contra a
Coroa Espanhola ao perceber que a conquista da América sufocaria as
possibilidades de evangelização dos habitantes do novo continente.
b) No episódio da conquista da
América, o Frei Dominicano Bartolomé de Las Casas ficou conhecido como defensor
incondicional dos índios, ao ressaltar a crueldade dos conquistadores.
c) Os conquistadores da América hispânica e da
portuguesa rechaçaram o discurso do Frei Las Casas por considerarem que seus
pensamentos representavam os princípios da Igreja Católica, contrária à
expansão territorial.
d) O Frei Dominicano defendeu a dignidade e a
liberdade dos indígenas até sua morte, transformando-se, assim, em ícone do
livre-arbítrio nas Américas de colonização espanhola, portuguesa e inglesa.
e) O discurso de Las Casas em defesa dos
indígenas era uma das diversas estratégias de conquista, uma vez que ele
representava nas colônias os interesses da Coroa Espanhola.
4. Analise as afirmações sobre o Ocidente na
Idade Moderna.
I. Em muitos relatos, a América foi
representada como o "Paraíso Terrestre" dada a abundância de recursos
e sua população, em uma visão etnocêntrica, foi considerada
"bárbara", devendo ser catequizada.
II. A colonização da América Latina baseou-se,
fundamentalmente, em princípios liberais, cabendo às colônias fornecer metais
preciosos, ferramentas e produtos primários para dinamizar o comércio europeu e
enriquecer suas metrópoles.
III. Na América espanhola, predominaram formas
de trabalho compulsório dos indígenas, sob o sistema de "encomienda e
mita"; já na América portuguesa, a escravidão, principalmente dos negros,
foi a base da economia agroexportadora e mineradora.
IV. O tráfico negreiro modificou as sociedades
africanas, não apenas porque tirou do continente milhões de pessoas, mas também
porque lá introduziu novos produtos, por exemplo o tabaco, que eram trocados
por escravos.
V. Como resultado da rivalidade entre Espanha
e Holanda e da União Ibérica, os holandeses invadiram o Nordeste brasileiro e
regiões da África, a fim de controlarem a produção açucareira e fontes de
mão-de-obra.
São corretas as afirmações
a) I, III e V, apenas.
b) II, IV e V, apenas.
c) I, III, IV e V, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
5. A conquista e a colonização européias na
América, entre os séculos XVI e XVIII, condicionaram a formação de sociedades
coloniais diversas e particulares. Sobre tais sociedades podemos afirmar que:
I - nas áreas de colonização espanhola,
explorou-se, exclusivamente, a força de trabalho das populações ameríndias, sob
a forma de relações servis, como a "mita" e a "encomienda".
II - nas áreas de colonização portuguesa,
particularmente nas regiões destinadas ao fabrico do açúcar, foi empregada, em
larga escala, a mão-de-obra escrava de negros africanos e/ou de indígenas
locais.
III - ao norte do litoral atlântico
norte-americano, área de colonização inglesa, houve o estabelecimento de pequenas
e médias propriedades, nas quais se utilizou tanto o trabalho livre quanto a
servidão por contrato.
IV - na região do Caribe, em áreas de
colonização inglesa e francesa, assistiu-se à implantação da grande lavoura,
voltada para a exportação e assentada no uso predominante da mão-de-obra de
escravos africanos.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II estão
corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão
corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III e
IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão
corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
6. Quanto à conquista da América por espanhóis
e portugueses, na passagem do século XV ao XVI, pode-se dizer que
a) no caso português o objetivo principal era
buscar minérios e produtos agrícolas para abastecer o mercado europeu e no caso
espanhol pretendia-se apenas povoar os novos territórios e ampliar os limites
do mundo conhecido.
b) nos dois casos ocorreram encontros com
vastas comunidades indígenas nativas, porém na América Portuguesa a relação foi
racional, harmoniosa e humana, resultando num povo pacífico, e na América
Hispânica foi violenta e conflituosa.
c) no caso português foi casual, pois os
navegadores buscavam novas rotas de navegação para as Índias e desconheciam a
América e no caso espanhol foi intencional, porque o conhecimento de
instrumentos de navegação lhes permitiu prever a descoberta.
d) nos dois casos foi violenta, porém na
América Portuguesa o extrativismo dos dois primeiros
séculos de colonização restringiu os contatos
com os nativos e na América Hispânica a implantação precoce da agricultura
provocou maior aproximação.
e) no caso português foi precedida
por conquistas no norte e no litoral da África, que resultaram em colônias
portuguesas nesse continente, e no caso espanhol iniciou a constituição de seu
império ultramarino.
7. Seja qual for o termo utilizado para
descrever o encontro de indígenas e europeus no continente americano no findar
do século XV, é consenso que seu resultado foi, ao mesmo tempo, lucrativo para
os europeus e desastroso para as populações indígenas. Sobre as conseqüências
de tal encontro, analise as seguintes proposições:
I. A colonização da América do Norte foi
empreendida por famílias inglesas em fuga da Inglaterra por causa das
perseguições religiosas. Ao implementá-la, os colonos dizimaram grande parte da
população nativa, considerada um empecilho para os seus interesses.
II. A estrutura básica da economia colonial na
América do Norte foi a pequena propriedade fundamentada no trabalho familiar,
na policultura e em uma indústria rudimentar, principalmente na área têxtil.
III. A partir da descoberta da América,
pode-se notar o interesse da Igreja em cristianizar os nativos, preservando as
culturas locais, ao mesmo tempo em que se introduzia pacificamente a nova
religião.
IV. Nas possessões portuguesas, houve pouco
interesse na efetiva ocupação do território, devido à prioridade dada pelo
reino lusitano ao comércio com as Índias e ao fato de não terem sido
encontrados metais preciosos nos primeiros contatos.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) As proposições I, II e III são verdadeiras.
b) As proposições II, III e IV são
verdadeiras.
c) As proposições I, II e IV são
verdadeiras.
d) As proposições I e III são verdadeiras.
e) Todas as proposições são verdadeiras.
8. As diferenças culturais são evidenciadas
pelos textos históricos como o que segue, que descreve aspectos da vida
cotidiana dos astecas, no início da Idade Moderna.
[...] "Quando lá chegamos, ficamos atônitos com a multidão
de pessoas e a ordem que prevalecia, assim como a vasta quantidade de
mercadorias... Cada espécie tinha seu lugar particular que era distinguido por
um sinal. Os artigos consistiam em ouro, prata, jóias, plumas, mantas,
chocolate, peles curtidas ou não, sandálias e outras manufaturas de raízes e
fibras de juta, grande número de escravos homens e mulheres, muitos dos quais
estavam atados pelo pescoço, com gargalheiras, a longos paus. O mercado de
carne vendia aves domésticas, caça e cachorros. Vegetais, frutas, comida
preparada, sa, pão, mel e massas doces, feitas de várias maneiras, eram também
lá vendidas. [...] Muitas mulheres vendiam peixes em pequenos 'pães' feitos de
uma determinada argila especial que eles achavam no lago e que se assemelhavam
ao queijo".
In:
PINSKY, Jaime. "História da América através de textos". São Paulo,
Contexto. 2004.
Através do documento
a) são citadas diversas riquezas coloniais
oriundas da América Central que foram exploradas pela metrópole portuguesa.
b) são indicados diversos produtos que
equilibraram a balança de comércio entre a Coroa espanhola e suas colônias na
América.
c) é percebida uma das motivações da
exploração mercantilista ibérica: o metalismo.
d) é constatada a necessidade ibérica da
importação de mão-de-obra escrava e indígena para suas manufaturas.
e) é mostrado um sistema de produção, com base
escravista que originou a "encomienda" utilizada pelo colonialismo
lusitano.